Crise brasileira reflete nos fretes internacionais e altera frequência dos serviços
Relatório da Drewry Maritime Research diz que as rotas para América do Sul têm passado por um período inglório, com fretes e demandas em franca desaceleração
Cleci leão
Lá se vai a época em que o Brasil era anunciado como uma das economias vicejantes do BRIC. A superpotência latino-americana se encontra agora em uma situação de grande embaraço, diz o relatório mensal da Drewry Maritime Resarch, com a presidente Dilma Rousseff lutando contra as acusações fiscais que a levariam ao impeachment. Em meio a protestos públicos crescentes para que ela abandone o cargo, a economia continua a se retrair, e a maioria das agências classificadoras rebaixam para temerário o status de crédito do país.
O Brasil fechou o terceiro trimestre de 2015 com uma queda de 4,5% no PIB, e o poder de consumo da população foi seriamente prejudicado pelo aumento do desemprego, que praticamente dobrou desde o início do ano, atingindo cerca de 8% da população ativa. A onda também atingiu aqueles que permaneceram em seus cargos, uma vez que os ganhos foram afetados pela inflação que já atingiu 10%. Some-se a isso a desvalorização da moeda, que perdeu cerca de um terço de seu valor diante do dólar americano em 2015, impactando diretamente nas importações.
Para 2016, as expectativas não são muito melhores, embora o país esteja se preparando para sediar as Olimpíadas, ainda mais com a nova previsão do FMI, que acrescentou uma queda adicional de 1% sobre os 3% já estimados. A previsão original do Fundo era de que a economia brasileira cresceria 0,7% no ano que vem.
Os impactos registrados pelo tráfego de contêineres já eram totalmente previsíveis. As rotas entre a Europa e a Costa Leste da América do Sul estão prestes a registrar, pelo segundo ano consecutivo, uma queda nos volumes de contêineres. Dados enviados por Datamar à Drewry indicam uma queda de 8,2% no terceiro trimestre, o que marca uma retração anual até hoje de 5,6%. Na rota inversa, em termos de volumes, o tráfego da Costa Leste Sul-americana para a Europa conseguiu melhores tarifas, aumentando 0,6% depois de nove meses.
Para acessar os gráficos e ver o relatório completo acesse aqui.

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