E as taxas, como ficam?

Expectativa de menor demanda preocupa embarcadores e traz necessidade de retomada

Um relatorio elaborado pela Drewry não traz boas perspectivas para os embarcadores de cargas. De acordo com a pesquisa eles podem esperar aumentos tanto nos preços de mercado imediatos como para as futuras taxas de contrato previstas para este ano. O relatório descreve que esse resultado se dá graças retomada do crescimento no principal mercado da Ásia para o Norte da Europa, embora afirme que a taxa de crescimento provavelmente seja lenta.

“No entanto, embora o ritmo de crescimento não possa desencadear quaisquer câmeras de velocidade, a corrida de quatro meses consecutivos positivos até outubro foi suficiente, inclusive para elevar a média móvel dos 12 meses de embarques para o oeste, crescimento de até 0,4% no mês, quebrando a primeira linha de tempo neutra desde junho de 2015”, disse um analista da Drewry.

O relatório aponta ainda que embora os números de ano completo ainda não estejam disponíveis, a Drewry acredita no crescimento mais forte nos últimos dois meses do ano "a julgar pelo aumento constante das taxas de frete no mercado spot desde novembro".

O analista aponta, nesse sentido, uma previsão de crescimento para o mercado no ano de 1,5%. Ele conta que a capacidade Oeste disponível nos últimos meses de 2016 permaneceu abaixo dos níveis observados na mesma fase em 2015, quando os operadores decidiram não retornar com muita força ao mercado após a pico da alta temporada. "Enquanto dezembro viu alguns slots reintroduzidos, a capacidade ainda estava abaixo de 4% ano-a-ano”, relatou a Drewy.

Com a demanda lenta no terceiro trimestre abaixando, a utilização média de navios passou de 97% em julho, para 87% em outubro, o que, de acordo com a Drewy contribuiu para uma queda de 25% nas taxas spot em outubro. “Mas espera-se que os números de utilização sejam próximos de 100% para dezembro e janeiro”, apontou o relatório que ainda indicou outras pesquisas realizadas por transportadras indicando uma movimentação de cargas que pagam menos devido a limitações temporárias de espaço.

A Drewry observou ainda que as taxas spot subiram nas últimas semanas, com o benchmark de Shanghai para Rotterdam da semana passada apontada pelo Índice Mundial de Contêineres (World Container Index). O “novo máximo” estabelecido foi de 20 meses no valor de US$ 2.210 por container de 40 pés.

"Isso representa um prêmio significativo de 80% na mesma taxa há apenas 14 semanas no início de outubro", observou Drewry, acrescentando: "O aumento no mercado spot da Ásia-Europa vem em um momento perfeito para as operadoras atualmente envolvidas em negociações de contrato com os embarcadores”, salientando que as taxas serão definitivamente mais elevadas do que eram nesse mesmo período do ano passado.

A Drewry concluiu dizendo que o crescimento está finalmente retornando a este mercado descrito como “chave” e essencial para os transportadores “que tentam alojar seus grandes novos navios”. No entanto, disse ser provável que o crescimento permaneça no lado lento, “o que manterá uma tampa em quaisquer aumentos das taxas spot".

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