Em meio a “otimismo moderado” importações mostram leve incremento
Porém gigante dinamarquesa ainda questiona junto ao mercado “se a economia brasileira chegou, finalmente, ao fundo do poço”?
Otimismo moderado entre empresários e reposição de estoques por setores da economia como o automotivo, esses são alguns dos motivos que, de acordo com o relatório publicado pela gigante dinamarquesa Maersk trazem melhores perspectivas para as importações brasileiras.
De acordo com o relatório, o desempenho negativo do Brasil pesou na forte disparidade entre os resultados das importações e exportações dos países da Costa Leste da América do Sul no primeiro trimestre, porém, aponta: “o cenário brasileiro hoje reflete um moderado otimismo entre empresários com a nova equipe econômica do presidente interino Michel Temer, ao mesmo tempo em que setores da economia, como o automotivo, devem começar a repor seus estoques”.
Mesmo assim, o Diretor Superintendente da Maersk Line no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Antonio Dominguez, questiona o fato de o mercado se perguntar “se a economia brasileira chegou, finalmente, ao fundo do poço”, já que, de acordo com ele, para o segundo trimestre, ainda há previsão de uma melhoria sobre os fracos resultados dos últimos trimestres nas importações.“Vivemos um ponto crítico de divisão de águas, no momento em que o Brasil se torna uma economia exportadora. Estamos vendo um otimismo moderado com o país e uma leve recuperação nas importações no segundo trimestre”.
Além disso, com embarques em alta tornando o Brasil uma economia majoritariamente exportadora, falta de espaço nos navios limitando o crescimento, necessidade de acordos bilaterais que favoreçam as trocas brasileiras e revogação de leis restritivas ao comércio, são algumas das soluções destacadas pela companhia soluções para aumentar a competitividade do Brasil, a exemplo do que vem ocorrendo na Argentina.
O relatório que ainda aponta uma leve recuperação do comércio exterior brasileiro no segundo trimestre de 2016, ressalta como impulsor as importações, “que chegaram ao seu pior nível em sete anos no primeiro trimestre” fazendo o Brasil se tornar uma economia majoritariamente exportadora pela primeira vez desde 2011. “Vivemos um ponto crítico de divisão de águas, no momento em que o Brasil se torna uma economia exportadora. Estamos vendo um otimismo moderado com o país e uma leve recuperação nas importações no segundo trimestre”, diz Dominguez.
Que destaca o setor automotivo um dos pontos fortes nesse segundo trimestre. “Mesmo que esse leve reaquecimento não signifique, necessariamente, uma melhora no cenário, o fato é que, nos últimos meses, o índice de importação caiu para um nível muito abaixo das mínimas históricas, o que abre espaço para a recuperação também”.
Falta de espaço
Com o crescimento das exportações limitado, o relatório destaca a falta de espaço nos navios dos armadores. De acordo com Dominguez, o preço do frete das exportações melhorou, mas continua baixo e ainda não cobre o custo de se trazer mais navios para o Brasil. “Pelo menos enquanto as importações continuarem em declínio”, diz.
A baixa performance do país no lado das importações também é outro fator destacado que afeta a disponibilidade de espaço nos navios, impactando também a capacidade dos exportadores.
O relatório aponta que os efeitos dessa mudança de perfil do comércio exterior brasileiro puderam ser sentidos principalmente nas rotas para a Ásia, onde as tarifas de frete eram as menores em anos. Apesar da esperança de que as exportações poderiam melhorar as perspectivas para a economia brasileira, outros desafios no acesso aos mercados foram identificados: a depreciação do câmbio e o aprofundamento da recessão no cenário interno. “Elas ampliaram o apetite do setor produtivo brasileiro por oportunidades no exterior, mas, com a redução dos equipamentos que chegam via importação, falta investimento para aumentar a produção e aproveitar o momento único para um país que precisa de mais infraestrutura e novos acordos comerciais”, resumiu o Diretor Comercial da Maersk Line no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Nestor Amador, ressaltando que a assinatura de novos acordos bilaterais é uma das soluções para aumentar a competitividade do Brasil.
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