Indústria cresce e aumentam empregos, mas o cenário ainda é de crise
Boletins da Fundace/USP apontam para aumento do volume de produção da indústria, porém empresários ainda estão pessimistas e as exportações, em franca depressão
Apesar da crise econômica, o volume de produção da indústria brasileira cresceu seguidamente nos três primeiros meses do ano, assim como o número de empregados do setor. Em contrapartida, os valores exportados pelo Brasil vêm caindo em todos os segmentos, especialmente por conta da venda de produtos minerais, alimentos e bebidas e maquinário.
O estado de São Paulo registrou dados ligeiramente diferentes das médias nacionais, de exportação, tendo como produtos vendidos ao exterior entre os anos de 2011 e 2015, os alimentos, bebidas e tabaco, que passaram dos US$ 15 bilhões em março de 2011, embora também tenham caído para abaixo dos US$ 8.000 em março de 2016.
Os dados foram divulgados em relatório mensal da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) da USP, cujo Ceper (Centro de Pesquisa em Economia Regional) publica boletins contendo dados setoriais elaborados a partir de informações dos principais órgãos reguladores que reúnem as estatísticas de mercado.
Na edição de abril, com informações referentes a março de 2016, os boletins apontaram para crescimento da produção na indústria brasileira, repetindo a melhora já registrada também em janeiro e fevereiro, um resultado que a instituição atribui à sazonalidade do setor, em decorrência do aumento tradicional da produção no início do ano. O índice de empregos na indústria teve melhoras, porém foi arrastado para baixo pela grande queda verificada no comércio, que fechou mais de 50 mil vagas somente em fevereiro, de acordo com um boletim específico do Mercado de Trabalho.
Para o Boletim Indústria, a Ceper/Fundace utiliza as informações da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e trabalha temas como volumes produzidos, utilização da capacidade instalada e evolução do número de empregados. Para medir e avaliar os dados referentes à balança comercial, a fundação produz o Boletim Comércio Exterior, que se baseia nos dados do sistema AliceWeb.
Outro índice avaliado foi o chamado ICEI, que mede a confiança do empresário industrial. Este vem se mantendo abaixo de 50 pontos desde o início do ano, mesmo tendo demonstrado ligeiro crescimento no primeiro trimestre, o que mostra que o empresariado da indústria ainda está pessimista, sobretudo com as condições da economia.
“O cenário de instabilidade política, a piora das contas públicas e a retração da demanda têm impactado duramente as expectativas dos empresários industriais”, afirma o pesquisador Luciano Nakabashi.
A produção dos indicadores regionais é resultado de uma parceria entre a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP e a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Embora os boletins sejam dirigidos ao mercado regional, é possível acompanhar nos relatórios da fundação a evolução mensal da economia brasileira e os contrastes entre a região, o estado e o país.
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