Indústria teve em 2015 seu pior ano em duas décadas, aponta CNI
Economista traz resultados de 2015, tido como o pior desde 2009 e avaliações para 2016, visto como um ano de "grande incerteza"
Uma pesquisa elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que 2015 foi o pior ano das últimas duas décadas. De acordo com o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação, Flávio Castelo Branco, que apresentou pesquisa de indicadores do setor, a UCI (Utilização da Capacidade Instalada), na média do ano, bateu 78,9%, o menor nível da série histórica, iniciada em 2003.
Branco destacou ainda que os resultados foram piores até mesmo que em 2009, o ano pós-crise financeira internacional, que teve a quebra do banco Lehman Brothers como estopim, em 2008. Os dados que mostram o desempenho de faturamento, emprego, massa salarial, entre outros, apontam ainda que as condicionantes domésticas para o crescimento, como consumo e investimentos, permanecem em queda esse ano.
Apenas para os seguimentos ligados às exportações há uma perspectiva mais positiva diante da mudança de patamar do dólar, que no ano passado subiu quase 50% frente ao real. "Os setores com demanda externa mostram sinais de reação, mas, dado o tamanho da recessão, as exportações não serão suficientes para mudar o quadro", argumentou.
Ainda segundo o economista, o ano foi bastante negativo para indústria e o resultado de dezembro mostrou nova piora. O nível de atividade, por exemplo, está "bastante reduzido", alcançando vários seguimentos. "A recessão é generalizada na economia, mas na indústria é mais acentuada", avaliou.
Castelo Branco avaliou ainda 2016 como um ano de "grande incerteza", sobretudo em relação à política fiscal. Para ele, não há expectativa de reversão no curto prazo. E se mostrou cético quanto ao último pacote de medidas anunciado pelo governo na semana passada, que promete dar impulso para os investimentos e para o consumo e previu uma nova queda da atividade industrial em 2016. No entanto, para o economista existe a possibilidade de uma melhora nas condições de crédito, que tende a dar algum alívio, mas incertezas quanto a política fiscal e a inflação continuam a pesar. "Com o custo do crédito nos níveis atuais, a demanda por crédito está pequena. O pacote do governo terá algum efeito, mas não tão forte para reverter quadro", argumentou.
Emprego
Com a retração na atividade e a ociosidade ainda elevada, as indústrias brasileiras mantiveram o processo de demissão em dezembro, segundo os indicadores da CNI. Conforme a pesquisa, o emprego recuou pelo décimo mês consecutivo, ao cair 0,2% em dezembro ante novembro, na série dessazonalizada. Na comparação com dezembro de 2014, a queda foi de 8,8%. Já no acumulado do ano, o recuo do emprego foi de 6,1%.
A diminuição do mercado de trabalho atingiu a massa salarial e o rendimento dos trabalhadores. Segundo a pesquisa, a massa salarial real teve redução de 0,2% em dezembro ante novembro, na série dessazonalizada, e caiu 7,9% ante dezembro de 2014. No acumulado do ano, a massa salarial real teve queda de 6,2%. Já o rendimento médio real subiu 0,8% em dezembro ante novembro e teve alta de 1,0% em dezembro ante o mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, o rendimento médio real, apresenta queda de 0,1%.
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