Entre os maiores investidores no setor automobilístico brasileiro, os japoneses estão de olho no Brasil. O secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Fernando Furlan, que esteve em Tóquio, para um encontro com executivos da Honda, Mitsubishi, Nissan e Toyota, discutiu as possibilidades. Na ocasião, Furlan relatou que o Brasil vive um período de estabilidade política e que o governo vem tomando uma série de medidas para a atração de novos investimentos e a retomada do crescimento econômico.

Atualmente, o Japão é o sexto mercado de destino das exportações brasileiras e o oitavo mercado de origem das nossas importações, sendo o sétimo país com a maior corrente de comércio com o Brasil. Ao todo, são mais de 5 mil as empresas com relações comerciais entre os dois países. Dentro desse quadro, destacam-se o comércio no setor automotivo e os importantes investimentos de empresas japonesas desse setor no Brasil.

Para este ano, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) estimou que o número de carros produzidos no Brasil deverá ser 5,5% inferior a 2015. Mas mesmo com apenas 2,29 milhões de unidades mencionadas na projeção, o investimento direto de estrangeiros feito na indústria automotiva brasileira no primeiro semestre de 2016 foi alto. Com uma média de US$ 2,3 bilhões, o número já foi 76,8% superior ao mesmo período de janeiro a julho do ano passado, de acordo com dados do BC (Banco Central).

Comandados pela JETRO (Japan External Trade Organization), organização do governo japonês que tem a finalidade de promover os investimentos e o comércio exterior em todo o mundo, é quem está à frente desse grupo, o Brasil também recebeu a visita de empresários interessados no país.

O objetivo é buscar oportunidades e avaliar o mercado para futuro estabelecimento de operações para quem ainda não possui negócios, e para aquelas que já mantêm fábricas ou escritórios no Brasil, estudar novos investimentos e a expansão de suas atividades no país. Como é o caso da Mitsuba Corporation que aposta na inovação. A companhia, tem planos de iniciar a fabricação do menor e mais leve motor de vidro elétrico do mundo no Brasil.

Para Atsushi Okubo, diretor-presidente da JETRO no Brasil, o momento turbulento da economia brasileira é passageiro e as empresas do Japão apostam no país como um excelente mercado para o futuro. “Além disso, as empresas japonesas consideram o mercado brasileiro estratégico para aqueles que enxergam a América Latina a longo prazo e sobretudo porque as empresas japonesas têm grande expectativa na melhoria do ambiente de investimentos e negócios no País”, salientou.

Das 12 companhias presentes no Brasil, duas - a Daifuku (serviços de consultoria e engenharia do sistema de logística) e a Usui Kokusai Sangyo Kaisha (produz uma variedade de produtos de tubo e ventoinhas para automóveis, veículos agrícolas e máquinas de construção) - avaliam ingressar e promover investimentos no país para atender montadoras e fabricantes de autopeças. “As empresas japonesas têm um grande potencial para ajudar o Brasil. Elas reúnem tecnologia e experiência, especialmente, disposição em promover investimentos por aqui”, afirmou Okubo.