Melhores condições para a indústria

Presidente da ABIA afirma que não adianta termos uma agricultura forte se não melhorarmos a indústria

Apesar de a agricultura brasileira responder por mais da metade das exportações brasileiras, o País precisa dirigir o foco não mais exclusivamente às commodities, mas sim aos produtos de maior valor agregado.

Esta é a opinião de Edmundo Klotz, presidente da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), que participou do Fórum promovido pela Câmara Americana de Comércio nesta semana para discutir as perspectivas econômicas para 2017. “Precisamos aprimorar as vendas, não de commodities, mas de produtos com valor agregado. Temos um potencial de faturamento, porém nos faltam condições”, alertou Klotz.

Em primeiro lugar, ele mencionou a necessidade de aumentar a credibilidade do Brasil, criando mais interação com outros países para desenvolver melhores relações de importação e exportação.

A segunda questão diz respeito às condições oferecidas para a indústria. Como exemplo, citou a lei do glúten, proteína encontrada na aveia, trigo, cevada e centeio, que se tornou um caso clássico do setor de alimentos. Klotz explicou que a lei fora inventada por um deputado no início da gestão de Lula, que conseguiu aprovação do regulamento sem nenhuma especificação de onde as menções “contém glúten” e “não contém glúten” deveriam figurar. “Resultado: olhem a água mineral que vocês bebem, ela é obrigada a especificar que não contém glúten, uma proteína presente nos grãos, que nada tem a ver com a água. Como explicar isso para um investidor estrangeiro?”.

Klotz realçou que essa, entre outras medidas que atrapalham a produção industrial, contribuem para a perda de confiança no Brasil, lembrando que é necessário fazer um trabalho muito sério no País. “Sim, nós temos a maior agricultura do mundo, mas produzir só, não basta”.

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