O segredo da receita é produtividade

Atrasado, mas melhorando, Brasil ainda precisa correr atrás da educação, para que setor possa acompanhar crescimento

Nos próximos cinco a dez anos, o que vai importar não serão as taxas e sim a capacidade de produção. A afirmação é do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, que explica. “Mão de obra, capital produtivo e produtividade, esses são os fatores que importam nessa receita. A partir daqui quando você vê que a produtividade é diferente, você começa a pensar porque um ‘brazuca’ é menos produtivo que um gringo. E a pergunta que a gente tem que se fazer é: a gente deveria estar convergindo para os EUA, mas o que explica essa falta de convergência do Brasil e essa falta de potencial do país?”.

De acordo com Kanczuk, várias vertentes podem responder a essa pergunta, porém, dois fatores se destacam nesse contexto: a educação e o chamado ‘custo Brasil’. A previsão do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda é que o País demorará, pelo menos, trinta anos para convergir ao nível de estudo dos EUA. Fator esse, na sua opinião, necessário na receita que compõe o crescimento de um país, principalmente do Brasil. “Estamos atrasados, mas estamos melhorando. Demora, mas vamos chegar lá”, ressaltou. Na escala ‘custo Brasil’ ele salienta os fatores carga tributária, excessivo crescimento do governo, burocracia e alto custo dos insumos.

Kanczuk foi enfático ao dizer que o Ministério da Fazenda já está trabalhando nesse sentido e que vê “a atuação do novo governo de forma diferente, com fome de crescimento para o Brasil” e que é a produtividade uma dessas formas que está sendo trabalhada, citando ainda a PEC 55 como fundamental para essa diminuição de proporção dos gatos. “Nos últimos 10 anos o Brasil cresceu 3,5% por ano. Mas nós queremos conseguir 4%”, afirmou.

Roberto Azevedo, diretor geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), salientou a importância do OEA integrado, conquistado, lançado esse mês durante evento, objetivando dar maior segurança e competitividade para o país. (Leia no Guia).

Ressaltando que as aduanas exercem papel fundamental em três pilares: fiscalização, combate às fraudes, arrecadação e a pela busca da eficiência, objetivos esses, segundo ele, importantíssimos, ele destacou a importância do nível de estudo citado por Kanczuk, alertando que em vivência própria em portos, verificou que os próprios trabalhadores não sabiam o tempo médio de desembaraço aduaneiro das cargas. “A aduana precisa atuar de forma eficiente, sem custos abusivos”, disse, custos esses que para ele oneram o crescimento econômico. Nesse sentido, a facilitação de comércio vem para melhorar exatamente esse ponto, destaca, salientando que “podemos melhorar os processos logísticos, o processo das empresas certificadas, tornando os fluxos comerciais mais eficientes nos dois sentidos (entrada e saída)”.

Simplificando o dia a dia das empresas, o Programa OEA é visto como essencial para os executivos nos processos e operações, e para eles ele continua com seu firme objetivo: de se integrar com cada vez mais países estratégicos para o Brasil. “Nós acreditamos que iniciativas como essas trarão ao brasil mais previsibilidade, competitividade e segurança no ambiente de negócios do Brasil”.

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