DB Schenker antecipa meta de descarbonização, investe em energias alternativas e adota calculadoras de medição

A crescente demanda dos embarcadores e da sociedade pela redução das emissões de carbono fez a DB Schenker antecipar a sua meta de descarbonização de 2050 para 2040. Para isso, a empresa tem feito investimentos para acelerar o processo de diminuição de emissões e tem usado calculadoras para modular os impactos das operações.

Segundo o CEO DB Schenker Brasil e Argentina, Luís Marques, embora na Europa a questão seja mais forte que no Brasil, o tema está cada vez mais em pauta entre os clientes, especialmente as multinacionais. “A disrupção nos obrigou a alterar processos e procedimentos para manter os níveis de serviço. Cerca de 70% das concorrências já pedem informações sobre o que a empresa está fazendo em relação às emissões. Ter controle desses níveis vai ser decisivo para os negócios”, disse Marques, que participou do painel "Descarbonização do transporte e sua responsabilidade na cadeia logística", durante 2° Interlog Summit, congresso realizado dentro da Intermodal 2024, ocorrido de 05 a 07 de março, em São Paulo.

Para cumprir a meta, a empresa já conta com mais de 700 caminhões elétricos circulando em países da Europa. A expectativa é que sejam agregadas 800 unidades à frota neste ano. No Brasil, já começaram a transitar os primeiros caminhões. 

Já para as operações em outros modais, a empresa decidiu investir em 30 mil toneladas de biocombustíveis e entregá-los a seus fornecedores. Foram fornecidas 3 mil toneladas de combustível de aviação sustentável (SAF) para a companhia aérea Lufthansa e 17 mil toneladas de biocombustível para os armadores MSC, CMA CGM e Hapag-Lloyd. “Isso significa uma redução de 100.000 toneladas de CO2 em emissões. Nas operações LCL, o consumo anual é 2.500 toneladas. Por isso, todas essas operações já são certificadas”

Calculadoras 

Além de fazer do grupo de usuários e parceiros (transportadores de diferentes modais, freight forwarders e embarcadores) que participam da iniciativa mundial EcoTransIT (EWI), que oferece uma calculadora de emissões do transporte global, a empresa usa a sua própria ferramenta.

Por meio da calculadora NxtLog, uma plataforma baseada em IA desenvolvida pelo grupo e lançada em 2023, a DB Schnker consegue modular as operações em relação à custo, tempo de trânsito ou emissões. “Quando mudamos um eixo, afetamos os outros dois. Essa ferramenta está disponível para quem quiser experimentar”, diz o executivo.

Em relação aos desafios, para Marques, o maior deles é a necessidade de uma disrupção mais forte. “A transição está ocorrendo de forma suave. Para que o processo seja acelerado, precisamos de normas. Já uma demanda do cliente final. Agora, é preciso fazer uma escolha. Não dá para vender verde fazendo vermelho”, conclui.


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