Canal de Suez livre após Ever Given voltar a flutuar

O navio Ever Given finalmente flutuou e está sendo retirado da posição que impediu a navegação pelo Canal de Suez nos últimos dias. As autoridades do canal estimam que até noite de hoje 29/4, a navegabilidade do Canal estará plenamente restaurada. O sucesso dependeu de muita engenharia, ampla terraplanagem / dragagem, um grande número de rebocadores e uma maré de lua cheia.

                               Foto: FleetMon.

Segundo as autoridades do Canal de Suez e o governo do Egito, deverão ser tomadas medidas para acelerar o tráfego de navios até que o acúmulo represado de quase 400 embarcações seja normalizado. Isso deverá demorar ainda de 4 a 5 dias. Algumas companhias com navios impedidos de passarem pelo canal já haviam redirecionado as embarcações pela rota do Cabo da Esperança, em viagens de 7 dias.

Com certeza, haverá uma demora considerável até que todas as cargas embarcadas sejam entregues no seu destino final. Muitas empresas sofrerão atrasos na entrega de seus produtos por falta de matéria prima e componentes. As seguradoras, por sua vez, estarão administrando milhares de reclamações dos mais diversos prejudicados como esses atrasos.

Porém, 12% das mercadorias do comércio internacional, equivalente a quase 10 biliões de dólares dia, poderão, novamente, ser direcionadas por essa rota mais curta, segura e econômica.

Esse acidente com o navio porta containers de 400m de comprimento e 200 toneladas de porte bruto, atravessado no Canal de Suez, já preocupava o mundo em virtude das graves consequências que uma maior demora poderia causar à economia mundial. Esse tipo de acidente sempre serve como alerta para as vulnerabilidades, de uma rota, de logísticas com base em estoques reduzidos, sem qualquer margem de segurança e do processo de globalização em si.

O progresso acelerado dessa logística integrada atual e da globalização não deverá mudar muito, porém, cada acidente exige profunda análise na busca de novas soluções para mitigar os riscos futuros. Muitos estudos e trabalhos sobre esse acidente e suas consequências seguirão, com certeza. O Guia Marítimo acompanhará de perto.

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